De moto ao Fim do Mundo from Dante Borges on Vimeo.
Lá Vou Eu de Moto! Destino: Ushuaia e Carretera Austral
Sunday, September 30, 2012
Monday, March 5, 2012
Chegamos em casa, sãos e salvos.
Foi uma viagem linda. Muitas alegrias e dificuldades. Algumas frustrações e perrengues. Mas o mais importante: muito aprendizado! Agradeço por ter ido e voltado com saúde e também por ter tido tão boa companhia da minha esposa Josiene, super parceira, e dos grandes amigos (grandes mesmo!) Flamel e Patrícia, que tornaram essa viagem ainda mais especial. Logo começaremos o planejamento da próxima. E só Deus sabe para onde...
Como prometido, queria deixar algumas dicas mais técnicas para os que estão planejando viagem semelhante.
- Os postos de combustível na Patagônia são uma novela. Na maioria das vezes há gasolina, mas sempre um só frentista, o que costuma gerar filas para abastecimento.
- Procure planejar travessias de fronteiras para dias de semana. As filas são bem menores e você ganha muito tempo.
-É muito importante prever uma autonomia de uns 350 km, pelo menos, com a possibilidade de aumentar essa autonomia diminuindo o ritmo de tocada. Se a moto não tem essa autonomia, deixe para comprar “Bidons”, que são vasilhames próprios, ou garrafas PET na Argentina. Se for pela última opção, tem que ser de refrigerante ou água com gás, para suportar os gases emitidos pela gasolina. Eu cheguei a levar 5 pets, 2 de 2L e 3 de 1,5L e mais um bidon de 3,9L no trecho da ruta 40.
- As motos consomem mais por lá (de 20 a 30% a mais), em função dos ventos que não dão trégua. É importante levar em consideração isso antes do planejamento.
- Um GPS, nem que seja o do próprio celular, ajuda muito. O mapa do projeto Mapear, para GPS Garmin, é muito bom e tem quase todos os postos marcados.
- De tempo em tempo é bom dar uma reapertada nos parafusos, principalmente se pegar rípio. Na minha moto, dois parafusos (um da placa e outro do protetor de corrente) caíram e um afrouxou (da rabeta). Por sorte, puderam ser repostos sem maiores complicações.
- Leve presilhas de plástico. São muito práticas e em alguns casos podem até substituir temporariamente um parafuso.
- Se for com garupa e muito peso (nosso caso), leve em conta também que o pneu traseiro vai se desgastar mais rápido. Eu usava um Anakee II da Michelin novo em folha e ele durou 12000km (forçando a barra, já estava no osso). Por aqui, em condições normais, o pessoal chega a rodar mais de 15000 com esse pneu. O da frente, também Anakee II, voltou bem e ainda roda mais alguns milhares de quilômetros. Troquei pneu em Buenos Aires. O preço do novo foi parecido com o preço no Brasil.
- Além das ferramentas que estão no kit da moto, complemente com as chaves de boca que faltam até o número 15mm. Quando menos se espera, você precisa delas. Eu precisei da chave 11mm, por exemplo, e não tinha no kit. Leve também chaves Philips e de fenda pequenas. Por fim, não deixe de complementar as chaves allen. Seguindo uma dica de um amigo, mandei fazer um adaptador para sacar a roda da frente. Ficou leve e bem funcional. Compre um parafuso de cabeça sextavada, com a mesma medida do parafuso da roda, no meu caso seria allen 19mm. Compre também uma porca que tenha uma das medidas das chaves de boca do kit de ferramentas da moto e mande soldar um no outro. Pronto, está feito um adaptador de chave allen para chave de boca! Simples e funcional.
- Na zona franca de Punta Arenas, o óleo de motor é muito barato. Motul 5100 15w50 a menos de R$15,00.
- Os comunicadores, do tipo Scala Rider, são muito bons. Fazem uma diferença imensa nesse tipo de viagem. São caros, mas compensam. No nosso caso, como éramos 4 pessoas, tivemos que usar o modelo top de linha, G4, que suporta conferência entre 4 participantes. Se for só para ter comunicação entre piloto e passageiro, pode ser um modelo mais simples.
- Se você, como minha esposa ou o Flamel, são viciados em café, leve café solúvel e compre água quente nos postos, quase todos tem. Além do café vendido por lá ser horrível, é muito caro. Seja feliz!
Obrigado a todos por nos acompanhar e até a próxima viagem!
Friday, March 2, 2012
Voltando pra casa.
Sem a Patrícia no grupo, não teve muito jeito de esconder o clima de fim de viagem, por mais que eu insista em dizer que ainda não acabou. Já estamos nas cenas dos últimos capítulos, é fato.
Optamos por modificar nosso caminho de volta, para evitar o tempo gasto (e dinheiro também) na travessia por Buquebus entre Buenos Aires e Montevideo. Então decidimos sair da Argentina por Santo Tome e entrar em São Borja, onde passamos a última noite. Estar de volta ao Brasil foi um momento bem emocionante. Vibramos juntos ao cruzar a ponte que separa os dois países. Triste foi sentir na pele (e no traseiro) o quanto as estradas brasileiras são ruins, comparadas com as da Argentina. Temos muito que evoluir.
Hoje, chegamos a União da Vitória, no Paraná, e paramos em um hotel de beira de estrada. Decidimos não continuar a noite, por causa das condições do asfalto e tráfego intenso de caminhões.
Depois, pretendemos criar um post só com dicas técnicas, pra quem nos acompanha e pretende fazer uma viagem semelhante.